O Grão-duque Paulo Alexandrovich, era o filho mais novo do czar Alexandre II e, por isso, tio de Nicolau II, o único que ainda vivia durante a Primeira Guerra Mundial. Depois de ficar viúvo da Princesa Alexandra da Grécia e da Dinamarca, de quem teve 2 filhos, conheceu uma plebéia divorciada que, mais tarde, se tornaria na Princesa Olga Paley. Os dois fugiram da Rússia pouco depois do nascimento do seu primeiro filho em comum e casaram-se em segredo, na Itália, em 1902, o que fez com que Paulo perdesse os seus títulos e postos militares. Com Olga teve 3 filhos. Acabaria por receber perdão imperial em 1912, regressando ao seu país natal, onde passou a viver permanentemente na Primavera de 1914. Dmitri Pavlovich, filho do seu primeiro casamento, foi um dos acusados do assassinato de Rasputine.
Este relato foi escrito por Maurice Paléologue, embaixador francês na Rússia.
Terça-feira, 23 de Janeiro de 1917
Jantei em Czarskoe Selo com a família do Grão-duque Paulo Alexandrovich.
Quando nos levantamos da mesa, o Grão-duque levou-me para uma sala distante para que pudessemos ter uma conversa de homem para homem. Confiou-me todas as suas dores e ansiedades.
“O Imperador está mais na mão da Imperatriz do que nunca. Ela conseguiu convencê-lo de que os movimentos hostis que têm surgido contra ela – e que estão a começar a virar-se contra ele, infelizmente – não são nada mais do que uma conspiração dos Grão-duques e uma revolta de salas-de-estar. Isto só pode acabar em tragédia. Sabe qual é a minha crença na monarquia, e para mim o Imperador representa tudo o que é sagrado. Deve-se ter apercebido que sofro com tudo o que está a acontecer e pelo que está para vir.”
Pela sua emoção e pelo tom das suas palavras pude ver que ele está muito preocupado com o seu filho Dmitri que se tinha envolvido no drama. Proceguiu, impulsivamente:
“Não é terrível que, por toda a Rússia, estejam a ancender velas junto ao ícone de São Dmitri e o meu filho esteja a ser chamado do libertino da Rússia?”
A noção de que o filho dele poderia ser proclamado czar a qualquer altura não parece ter-lhe subido à cabeça. Ele é o que sempre foi, o paradigma da liberdade e da boa-educação.
Depois contou-me que quando ouviu em Mohilev sobre o assassinato de Rasputine, regressou imediatamente a Czarskoe Selo.
Quando chegou à estação ao final do dia 31 de Dezembro, tinha a Princesa Paley à espera dele na estação e foi ela que lhe disse que o Dmitri tinha sido preso no seu palácio em Petrogrado. Ele pediu imediatamente uma reunião com o Imperador, que consentiu em recebê-lo às onze nessa mesma noite, mas “apenas por cinco minutos,” uma vez que tinha muito para fazer.
Quando foi arrastado apressadamente para o gabinete do seu sobrinho, o Grão-duque Paulo protestou vivamente contra a prisão do seu filho:
“Ninguém tem o direito de prender um Grão-duque sem um mandato formal teu. Por favor liberta-o… certamente não tens medo que ele fuja, pois não?”
O Imperador fugiu a respostas concretas e pôs um ponto final na conversa.
Na manhã seguinte, o Grão-duque Paulo foi a Petrogrado para ver o seu filho. Perguntou-lhe:
“Mataste o Rasputine?”
“Não.”
“Estás pronto para jurar isso sob o ícone sagrado da virgem e uma fotografia da tua mãe?”
“Sim.”
O Grão-duque Paulo entregou-lhe depois o ícone da virgem e uma fotografia da falecida Grã-duquesa Alexandra:
“Agora: jura que não mataste o Rasputine.”
“Juro.”
Enquanto me contava este episódio, o Grão-duque foi verdadeiramente nobre, sincere e digno. Terminou com estas palavras:
“Não sei mais nada sobre a tragédia. Não quis saber mais nada.”
No final dos anos 60, perto do final das suas vidas, Félix e Irina Yussupov deram a sua primeira e única entrevista filmada sobre a morte de Rasputine, mais de sessenta anos antes. Aconteceu para promover o filme "J'ai tué Raspoutine" (Eu Matei o Rasputine) de 1967 e é, consequentemente, a primeira cena do mesmo. Uma oportunidade única para ver estas duas personagens inigmáticas dos Romanov além das suas habituáis fotografias a preto e branco.
A Princesa Irina Alexandrovna, nascida no dia 15 de Julho de 1895 em Peterhof na Rússia, foi a filha mais velha e única rapariga nascida do Grão-Duque Alexandre Mikhailovich (neto do Czar Nicolau I) e da sua esposa Xenia Alexandrovna (irmã mais nova do Czar Nicolau II). Era também a única sobrinha de Nicolau II e casou-se com o Príncipe Félix Yussupov, um dos assassinos de Rasputine, em 1914.
Irina com a sua mãe Xenia
Antes do seu casamento no dia 22 de Fevereiro de 1914, Irina, filha mais velha e única rapariga de sete crianças, era considerada a mulher mais elegível da Rússia Imperial. A sua família passou longos períodos a viver no Sul de França depois de 1906 devido ao desacordo político entre o seu pai Alexandre (conhecido na família por “Sandro”) e o seu tio, o Czar Nicolau II. O seu pai mantinha um caso amoroso com uma mulher dessa região e pediu várias vezes o divórcio à sua mãe, mas ela recusou sempre. Xenia, por seu lado, também mantinha vários amantes. Os pais de Irina tentaram esconder o seu casamento infeliz dos seus sete filhos, por isso os irmãos tiveram uma infância feliz.
Irina com o pai Alexandre
Em criança, Irina era tímida e muito pouco faladora, com olhos azul-escuros e cabelo negro. Era frequentemente chamada de Iréne, a versão francesa do seu nome, ou Irene, a versão inglesa, enquanto que a sua mãe lhe chamava de “Bebé Rina”. Como passaram a maior parte da infância no estrangeiro, Irina e os seus irmãos falavam melhor Francês e Inglês do que Russo e por isso utilizavam as versões francesas e inglesas dos seus nomes quando falavam entre si.
Irina com o seu irmão Nikita
O seu futuro marido, Félix Yussupov, era um homem de muitas contradições. Vinha de uma das famílias mais ricas da Rússia, gostava de se vestir com roupas de mulher e tinha relações sexuais com homens e mulheres que escandalizavam a sociedade, no entanto, ao mesmo tempo, era um homem religioso que gostava de ajudar os outros para além das suas posses. A certa altura, no meio de uma onda de entusiasmo, planeou dar todas a sua fortuna aos pobres para imitar a sua mentora, a Grã-Duquesa Isabel Feodorovna. “As ideias do Félix são absolutamente revolucionárias,” escreveu a Czarina Alexandra Feodorovna com desagrado. Ele foi persuadido a não oferecer todo o seu dinheiro pela mãe, Zenaide, que lhe disse que ele tinha o dever de casar e dar continuidade à linha familiar, uma vez que era filho único. O futuro assassino de Rasputine tinha também um medo obsessivo da violência das guerras.
Irina com o seu marido, Félix Yussupov
Félix, com as suas inclinações homossexuais, não era, certamente, “próprio para casar”. Mesmo assim, sentiu-se atraído por Irina quando a conheceu pela primeira vez. “Um dia quando estava a cavalgar conheci uma jovem muito bonita que estava acompanhada por uma senhora mais velha. Os nossos olhos cruzaram-se e ela impressionou-me tanto que eu parei o meu cavalo e fiquei a olhar para ela enquanto a via afastar-se,” escreveu ele nas suas memórias. Um dia, em 1910, ele recebeu uma visita do Grão-Duque Alexandre Mikhailovich e da Grã-Duquesa Xenia Alexandrovna e ficou feliz quando descobriu que a rapariga que tinha visto no seu passeio a cavalo era a única filha do casal, Irina. “Desta vez tive muito tempo para admirar a beleza magnífica da rapariga que, eventualmente, se tornaria na minha mulher e companheira de uma vida. Ela tinha feições bonitas, cabelo encaracolado e parecia-se muito com o pai.”
Irina (direita) com as primas Olga e Tatiana Nikolaevna
Ele voltou a encontrar-se com Irina em 1913 e sentiu-se ainda mais ligado a ela. “Ela era muito tímida e reservada, o que adicionava um certo mistério ao seu charme. Pouco a pouco a Irina tornou-se menos tímida. No princípio os olhos dela eram mais eloquentes do que a conversa, mas, quando ela se tornou mais aberta, aprendi a admirar o entusiasmo da sua inteligência e as suas opiniões. Não lhe escondi nada do meu passado e, longe de ficar perturbada pelo que lhe disse, ela mostrou grande tolerância e compreensão.” Yussupov escreveu também que, talvez devido ao facto de ter crescido com tantos irmãos, Irina não demonstrava qualquer artimanha ou falta de honestidade que o tinham afastado de outras relações com mulheres.
Apesar de Irina ser compreensiva em relação ao passado de Félix, os seus pais não eram. Quando eles e a sua avó materna, a Imperatriz Maria Feodorovna, souberam dos rumores ligados ao passado pouco próprio do Príncipe Yussupov quiseram cancelar o casamento. A maioria dos rumores que lhes tinham chegado aos ouvidos vinham do Grão-Duque Dmitri Pavlovich, primo de Irina, que era um dos amigos mais próximos de Félix e, segundo especulações da época, terá tido um caso amoroso com ele. Dmitri disse a Félix que ele também estava interessado em casar com Irina, mas ela disse preferir Félix. O seu futuro marido também conseguiu persuadir os seus pais relutantes a não cancelar a cerimónia e conseguiu convencê-los.
O casamento foi o acontecimento social do ano de 1914 e a última grande demonstração do poderio da corte russa. Irina usou um vestido do século XX em vez do tradicional vestido da Corte que outras noivas Romanov tinham usado para os seus casamentos. Ele teve a liberdade de o fazer uma vez que era apenas uma Princesa e não uma Grã-Duquesa.
Acompanhou-o com uma tiara de diamante e cristal trabalhado e um véu que pertencera a Maria Antonieta. Os convidados acharam que ambos faziam o casal perfeito e não se cansaram de falar das suas roupas, postura e alegria. Irina foi levada ao altar pelo seu tio, Nicolau II, e o presente de casamento do Czar foi um saco de veludo com 29 diamantes inteiros que variavam entre os três e os sete quilates. Irina e Felix também receberam uma variada colecção de pedras preciosas de outros convidados do casamento. Mais tarde eles conseguiram retirar os diamantes do país após a Revolução Russa de 1917 e venderam-nos para conseguir dinheiro na sua nova vida.
Félix e Irina no dia do casamento
Os Yussupov estavam em lua-de-mel pela Europa e Médio Oriente quando rebentou a Primeira Guerra Mundial. O casal ficou brevemente detido em Berlim depois do inicio das hostilidades e Irina teve de pedir à sua prima Cecília da Prússia para intervir junto do seu sogro, o Kaiser Guilherme II, para poderem abandonar o país e chegar à Rússia. O Kaiser recusou o pedido, mas deu-lhes a escolha de ficar na Alemanha numa de três propriedades que lhes oferecia. O pai de Félix fez um pedido ao embaixador da Espanha e o casal conseguiu regressar.
Félix transformou uma ala do seu Palácio de Moika num hospital militar, mas conseguiu escapar ao serviço militar devido a uma lei que dava a escolha aos filhos únicos de ir para o campo de batalha ou ficar em casa. Mesmo assim ele entrou nos Cadetes onde teve uma formação militar embora nunca fosse sua intenção alistar-se no exército.
Tanto Irina como Félix estavam conscientes de que os rumores escândalos que circulavam sobre a associação de Rasputine com a família imperial estavam a agravar a situação política e traziam consigo mais motins, manifestações e violência. Yussupov e os seus amigos conspiradores (que incluíam o Grão-Duque Dmitri Pavlovich) decidiram que Rasputine estava a arruinar o país e, por isso, deveria ser morto. Félix começou a visitar o monge com frequência numa tentativa de ganhar a sua confiança. Diz-se que ele conseguiu um encontro com Rasputine dizendo que necessitava da sua ajuda para ultrapassar os seus impulsos homossexuais e satisfazer Irina no seu casamento.
A 16 de Dezembro de 1916, a noite do assassínio, Félix convidou Rasputine para jantar na sua residência. O monge sempre demonstrara interesse em conhecer a bonita Irina de 21 anos, por isso Félix disse que ela estaria presente e o apresentaria à sua esposa. Irina, no entanto, estava a fazer uma visita aos pais e irmãos na Crimeia. A sobrinha do Czar sabia dos planos de Félix para eliminar o monge e pode até, a princípio, ter sido uma das escolhidas para realizar o assassínio. “Também tens de participar,” escreveu-lhe Félix algumas semanas antes, “o Dmitri Pavlovich já sabe de tudo e está a ajudar. Tudo vai acontecer em meados de Dezembro quando ele regressar.”
Em finais de Novembro de 1916, Irina escreveu a Félix: “Obrigada pela tua carta louca. Não entendi metade dela. Vejo que estás a planear fazer algo selvagem. Por favor tem cuidado e não te metas em nenhum negócio sombrio. O pior de tudo é que decidiste fazer tudo sem me consultar. Não vejo como posso participar agora visto que já está tudo planeado… Numa palavra, cuidado. Percebi pela tua carta que estás num estado de entusiasmo selvagem e pronto para trepar paredes. (…) Vou chegar a Petrogrado no dia 12 ou 13, por isso não te atrevas a fazer alguma coisa sem mim ou então nem sequer saio daqui.”
Félix respondeu no dia 27 de Novembro de 1916: “A tua presença em meados de Dezembro é essencial. O plano sobre o qual te estou a escrever foi elaborado com grande detalhe e está quase pronto, só falta a conclusão, pelo que a tua chegada é esperada. (o assassínio) É a única maneira de salvar a situação que se tornou quase desesperante (…) Tu vais servir de isco (…) Claro que não deves dizer nada a ninguém.”
Irina, assustada com a dimensão dos planos, recuou no dia 3 de Dezembro de 1916. “Eu sei que se voltar vou ficar doente (…). Não sabes como são as coisas. Quero chorar todo o dia. A minha disposição está horrível. Nunca estive assim (…). Nem eu sei o que se passa comigo. Não me arrastes para Petrogrado. Vem tu ter comigo. Perdoa-me, meu querido, por te escrever estas coisas. Mas eu já não consigo continuar, não sei o que se passa comigo. Talvez seja uma crise nervosa. Não te zangues comigo, por favor não te zangues. Amo-te muito. Não posso viver sem ti. Que o Senhor te proteja.”
No dia 9 de Dezembro de 1916, Irina voltou a avisar Félix, contando-lhe sobre uma conversa que tinha tido com a filha de 21 meses: “Algo incompreensível tem-se passado com a Bebé. Há duas noites atrás ela não conseguia dormir e estava sempre a repetir, ‘Guerra, ama, guerra!’ No dia seguinte perguntaram-lhe, ‘Guerra ou Paz?’ e a Bebé respondeu, ‘Guerra!’ No dia seguinte eu disse-lhe para dizer ‘Paz’ e ela olhou para mim e respondeu, ‘Guerra!’ É muito estranho.”
Os pedidos de Irina de nada serviram. O seu marido e os seus amigos avançaram com o plano sem ela. Depois do assassínio de Rasputine, o Czar exilou Yussupov e Dmitri Pavlovich. Félix e a sua família foram enviados para Rakitnoe, uma casa de campo remota pertencente aos Yussupov que ficava na Rússia Central. Dmitri foi enviado para a frente de combate na Pérsia com o exército. Dezasseis membros da família assinaram uma carta onde pediam ao Czar para reconsiderar a sua decisão devido à fraca saúde de Dmitri, mas Nicolau II recusou a proposta. “Ninguém tem o direito de matar considerando apenas o seu próprio julgamento,” escreveu Nicolau. “Eu sei que há muitos outros para além do Dmitri Pavlovich cujas consciências não lhes dão descanso por estarem comprometidas. Estou abismado por me pedirem tal coisa.”
Irina com a filha e o pai Sandro
O pai de Irina, Sandro, visitou o casal em Rakitnoe em Fevereiro de 1917 e achou o ambiente “animado, mas revolucionário.” Félix ainda esperava que o Czar e o governo russo respondessem à morte de Rasputine tomando passos para controlar a crescente agitação política. Féliz recusou-se a deixar Irina juntar-se à sua mãe em Petrogrado por considerar a cidade demasiado perigosa. O Czar abdicou no inicio de Março e tanto ele como a sua família foram presos e, eventualmente, executados pelos bolcheviques. A decisão do Czar de exilar Félix e Dmitri foi a sua salvação, visto que fizeram parte dos poucos membros da família que conseguiram escapar à onda de execuções dos Romanov que se seguiu à revolução.
Após a Revolução Russa de 1917, Irina, Féliz e a sua pequena filha passaram a residir em Ai Todor, na Crimeia, numa propriedade que pertencia ao pai de Irina. A sobrinha do Czar tinha permissão para se deslocar livremente (ao contrário dos seus parentes) devido ao facto de ter renunciado os seus direitos ao trono quando se casou com Félix. Contudo a família vivia num estado de incerteza constante. Tal como a maioria dos membros da família Romanov que se encontrava na Crimeia, a família Yussupov fugiu da Rússia a bordo de um navio militar britânico enviado pelo rei Jorge V no dia 7 de Abril de 1919.
Félix Yussupov gostava de se gabar sobre o assassínio de Rasputine durante a viagem até Inglaterra. Um dos oficiais britânicos reparou que Irina “parecia tímida e recatada a principio, mas bastava falar sobre a sua pequena filha para a fazer esquecer as suas reservas e descobrir que também ela era muito cativante e falava inglês fluentemente.”
Durante o exílio na Inglaterra, Irina e Félix viveram melhor do que a maioria dos emigrantes da revolução russa. Durante algum tempo o casal teve uma boutique chamada “Irfe” (as duas inicias dos seus nomes). A própria Irina serviu de modelo para alguns dos vestidos que tanto o casal como outros estilistas criaram. Mais tarde eles sustentaram-se a partir dos vários processos que ganharam contra editoras e estúdios cinematográficos que, através de livros ou filmes, consideravam estar a denegrir a sua imagem. O mais famoso e rentável foi o processo movido contra a MGM após do lançamento do filme “Rasputin and the Empress” em 1932. No filme, um Rasputine luxurioso seduz a única sobrinha do Czar, chamada de “Princesa Natasha” pelos produtores. O processo foi concluído em 1934 com a vitória dos Yussupov. Outra fonte de rendimento foram as memórias escritas por Félix que continuava a ser famoso por ter assassinado Rasputine.
Félix e Irina a analisar imagens do filme "Rasputin and the Empress"
A filha do casal foi maioritariamente criada pelos avós paternos até aos 9 anos de idade e foi muito mimada por eles. A sua educação instável fez com que se tornasse “caprichosa”, de acordo com Félix. Tanto ele como Irina (ambos criados maioritariamente por amas) não se sentiam capazes de criar a filha sozinhos. A única filha do casal adorava o pai, mas tinha uma relação distante com a mãe.
Félix e Irina eram mais próximos um do outro do que alguma vez foram da filha e tiveram um casamento feliz que durou mais de 50 anos. Quando Félix morreu em 1967, Irina ficou irremediavelmente deprimida e acabou por morrer apenas três anos mais tarde com 75 anos de idade.
Quem matou Rasputine? Que segredos foram enterrados com ele? A História dos últimos dias de Rasputine contados pela filha mais velha.
Depois de a fúria da Revolução Russa ter "varrido" Nicolau e Alexandra do trono da Rússia Imperial, foi criada uma comissão especial para investigar as "forças obscuras" que causaram a queda dos Romanov. A atenção centrou-se em Grigori Rasputine que, referenciado como "santo" e com poderes "sobrenaturais", esteve sempre muito perto do trono.
A comissão interroga então Maria, a mais velha dos filhos de Rasputine, que relata os dias de uma Rússia em tumulto, onde a poderosa influência de seu pai, preocupante para muitos, constitui uma verdadeira ameaça à sua vida. Enquanto crescem as conspirações contra ele, Maria debate-se com a verdadeira natureza de Rasputine - os seus desenfreados apetites carnais, as relações misteriosas com a imperatriz e os rumores de envolvimento em cultos religiosos secretos.
A Filha de Rasputine trata-se, no fundo, de um romance onde Maria revela como tentou (em vão) salvar o pai, quem realmente o matou e, sobretudo, os segredos perversos escondidos pelos assassinos.
Curiosidade: A rapariga que se encontra na capa do livro não a filha de Rasputine, Maria, mas sim a segunda filha mais velha de Nicolau II, Tatiana Nikolaevna. O autor do livro, Robert Alexander processou a editora para que a capa fosse mudada, mas acabou por perder.
A filha de Rasputine (esquerda) com Anna Anderson nos anos 60
O livro está disponível no Webbom por 16,50 euros.
Na Rússia do século XX, o Czar Nicolau II e a sua esposa Alexandra têm o seu único filho e herdeiro ao trono a sofrer de Hemofilia. Quando a medicina convencional falha para o ajudar, Alexandra procura um tratamento sagrado.
O Padre Gregório Rasputine, um camponês necessitado que afirma ter tido uma visão da Virgem Maria que lhe disse para ajudar o Czar, consegue ligações ao Palácio. Apesar de Nicolau e do médico da corte serem sépticos quanto aos alegados poderes curativos de Rasputine, o jovem Alexis rapidamente cria laços com o charlatão/profeta, por isso ele permanece na Corte Imperial. Mas o comportamento inapropriado de Rasputine associado às longas noites de bebida e mulheres enfurecem a aristocracia e pressiona ainda mais a já tensa relação de Nicolau com os seus súbditos. Com a semente da revolução a respirar, torna-se cada vez mais aparente que um mau final espera a Família Imperial.
O filme que valeu um Emmy a Alan Rickman e que mostra, talvez, o papel mais másculo do Ian McKellen...
Imagens:
Vídeo:
Com:
Alan Rickman - Rasputine
Greta Scacchi - Alexandra
Ian Mckellen - Nicolau II
Freddie Findlay - Alexis
David Warner - Dr. Botkin
John Wood - Stolypin
James Frain - Principe Felix Yusupov
Yelena Malashevskaya - Olga
Natasha Reshetnikova - Tatiana
Zsofia Ivony - Maria
Patricia Kovács - Anastasia
O filme está disponivel para download no site Frozen Tears e, embora não seja tão bom nem tão fiel como "Nicolau e Alexandra" e outros filmes do mesmo calibre, não deixa de ser bom entretenimento!
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