Vitória de Battenberg (nascida de Hesse), foi a irmã mais velha da Imperatriz Alexandra Feodorovna. Casada com Louis de Battenberg, mudou-se permanentemente para a Inglaterra em 1884. Foi a avó materna do Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, o consorte da Rainha Isabel II do Reino Unido.
Vitória com o seu marido
Em 1913 celebrara-se o tricentenário da Dinastia Romanov na Rússia, o que levou o Nicky e a Alix a visitar as casas da família no campo: Jaroslaw e Kostroma no Volga. Um dos navios dos inspectores do rio tinha sido adaptado para se tornar no iate deles. Ele não tinha sido entregue para o seu serviço normal, por isso o Nicky sugeriu que podia ter usado para a nossa viagem. Embarcamos em Nijni Novogorod (rebaptizada de Gorky) e, depois de visitarmos essa cidade, que na altura se encontrava num período muito solene antes da grande feira de Outono, descemos o Volga até Kazan. Passamos dois dias lá, com a Ella a participar em cerimónias religiosas e nós a visitar a região e a almoçar na Casa do Governador no Kremlin. Todos os centros de poder das cidades russas tinham esse nome. Foi interessante ver a população tártara ainda vestida com as suas roupas orientais. Parecia que quase todos tinham problemas nos olhos, uma vez que havia muita gente cega ou quase a caminhar por lá.
A partir de Kasan, seguimos para o rio Kama, que desagua no Volga um pouco abaixo daquela cidade, e fomos até Perm. A imensidade do Volga era quase imponente, mas as margens não eram muito pitorescas, devido à grande largura do rio, mas as margens do Kama ofereciam muito mais variedade. Havia pequenas aldeias com as suas igrejas a ver-se por entre os bosques.
Paramos em muitos sítios, onde a Ella visitava conventos. Num destes locais lembro-me de uma grande floresta de tílias em flor e o cheiro era delicioso. A população das aldeias vestiu-se com as suas melhores roupas para receber a Ella. Lá vimos um homem da tribo Tcheremiss que era distintamente diferente do resto dos russos.
Vitória com a sua irmã Isabel Feodorovna (Ella) e a filha Luísa
Era frequente comermos starlet (uma espécie de esturjão), acabado de apanhar que eu considero muito melhor do que o esturjão que comemos aqui e que toda a gente gaba tanto. O navio, embora não fosse luxuoso, era muito confortável, bem mobilado e tinha uma casa-de-banho que tinha sido construída de propósito. A nossa viagem pelo rio acabou em Perm, onde a Ella e eu nos separamos, com ela a ir visitar muitos conventos, um dos quais se encontrava em Alpaievsk, o local onde ela ficaria presa durante a revolução e de onde foi levada para ser assassinada.
Entretanto, a Luísa (filha de Vitória) e eu visitamos os Urais num comboio especial. Um dos primeiros lugares que visitamos foi a cidade de Kishtym, onde nenhum membro da família imperial tinha estado desde o czar Alexandre I. Embora não fizesse parte dos Romanov, estava perto o suficiente disso, sendo a irmã da Imperatriz, e tanto eu como a minha filha fomos recebidas oficialmente durante os dois ou três dias em que lá ficamos. Em todos os locais onde paramos fomos sempre recebidas com muita hospitalidade, tanto oficial como privada, e recebemos várias prendas e recordações. Em Kishtym havia uma exposição sobre as industrias locais e deram-nos fatos camponeses típicos completos.
Luísa, a segunda filha de Vitória Battenberg
Aí, visitamos uma gruta interessante nas margens de um pequeno rio que apenas tinha sido descoberto um ou dois anos antes. Com o tempo excessivamente quente e a gruta muito fria, foram feitos preparativos rigorosos para que vestíssemos meias grossas, casacos e cachecóis numa tenda erguida especialmente para isto. Não pudemos ficar muito tempo na gruta, pelo receio de contrairmos uma inflamação nos pulmões pela mudança extrema de temperatura. Tivemos de rastejar na entrada, onde tínhamos tapetes de pele para nos ajudar a passar pelo solo rochoso. As rochas não eram muito grossas, nem a gruta muito profunda, com uma leve luz do dia a entrar entre as frechas, mas mesmo assim a temperatura estava abaixo de zero. Num canto havia uma grande massa de gelo macio de uma linda cor azul e o tecto da cave tinha cristais de gelo perfeitamente esculpidos. Eram tão frágeis que só o nosso caminhar podia fazê-los cair. Quando deixamos a gruta, sentimos como se estivéssemos a entrar num forno. O banquete oficial que nos ofereceram nessa noite foi muito bem organizado!
De Kishtym, o comboio levou-nos para os Montes Urais, onde visitamos várias minas. O ponto mais longínquo onde estivemos foi um pouco além de um sinal numa estrada velha que dizia, de um lado “Europa” e do outro, “Ásia”. O cenário dos Urais lembrou-me muito da Escócia. Não havia montanhas muito altas e as encostas estavam cobertas de verdura enquanto os rios e lagos se podiam ver perfeitamente entre os vales.
Vitória com as irmãs Isabel e Alexandra
A maior cidade que visitamos foi Ekaterinburgo. Não achei que fosse uma cidade bonita e as pessoas não pareciam muito felizes pela visita official. Reparei nisso especialmente numa noite em que o entertenimento foram fogos de artificio, e a multidão não parecia minimamente entusiasmada. Também estivemos numa espécie de festa numa tarde na margem de um lago, não muito longe da floresta onde os restos mortais do Nicky, da Alix e das crianças seriam largados.
A Casa Ipatiev em Ekaterinburgo, onde o Nicky, a minha irmã e sobrinhos ficaram presos, fica numa grande praça e eu passei por ela várias vezes. Lembro-me que me disseram pertencer a um mercador rico.
Famílias de Hesse e Battenberg
Entretanto as tensões políticas estavam a ameaçar as pequenas esperanças que tinhamos de que o Luís (marido) e o Dickie (filho mais novo) se juntassem a nós nestas férias e a Alix e a Ella avisaram-nos de que seria melhor regressarmos a São Petersburgo o mais depressa possível, uma vez que a guerra podia rebentar a qualquer momento. Dirigimo-nos imediatamente para Perm e a nossa viagem daí para São Petersburgo foi muito lenta, uma vez que a mobilização das tropas já estava muito avançada e o nosso comboio teve de mudar de linha várias vezes para que as tropas pudessem passar. A guerra entre a Rússia e a Alemanha foi declarada durante esta nossa viagem.
Chegamos a São Petersburgo na noite de 4 de Agosto, no mesmo dia em que a Inglaterra também declarou guerra. O Sir George Buchanan e Isa Buxhoeveden, uma das damas-de-companhia da Alix, juntamente com as minhas duas sobrinhas mais velhas, vieram ver-nos na manhã seguinte e eu passei o dia com a família em Peterhof. A Alix veio ver-nos ao fim da tarde e, antes de nos irmos embora, pensando carinhosamente no nosso bem-estar, deu-nos longos casacos e outras peças de roupa quentes para a nossa viagem pelo mar, sendo que nós só tínhamos trazido roupa de Verão fina.
Vitória Battenberg com o marido e os filhos
Tivemos de nos precaver com uma grande quantidade de dinheiro em soberanos dourados, que só se podiam arranjar através de uma permissão imperial especial. Penso que eram 200 libras, divididas por pequenos sacos que atamos às nossas cinturas debaixo dos vestidos. Deixamos São Petersburgo na tarde do dia 7 de Agosto. Mal sabia eu que seria a última vez que veria as minhas irmãs.
Fomos levadas para a fronteira russa de Torneo num comboio especial. Quando estávamos na estação, reparei noutro vagão-salão na linha oposta à nossa, no qual viajava a Tia Minnie (a Imperatriz Viuva Maria Feodorovna), a sua filha Olga e uma comitiva que estava a beber chá. Passamos a linha a correr para ir falar com elas e saber das últimas novidades. A Tia Minnie tinha vindo de Inglaterra e a Olga de França, e tinham viajado por Berlim, até á Suécia, estando agora a chegar a casa.
Vitória, em criança, com a sua mãe Alice e a irmã Isabel
Embarcamos no último barco a vapor que saiu de Bergen. Conseguiram arranjar-nos cabinas particulares a partir de Oslo. O barco estava a abarrotar de turistas e Pescadores que ficam de diferentes partes da Noruega, e havia pessoas a dormir no chão da sala de jantar. Atravessamos o Mar do Norte. Tivemos bom tempo e uma viagem calma, mas descobrimos que as roupas que a Alix nos tinha dado foram, de facto, muito úteis.
Chegamos a Londres no dia 17 de Agosto, dez dias depois de deixarmos São Petersburgo. Encontramos o Luís completamente absorvido no seu trabalho, que se extendia noite após noite. Quanto ao Dickie, que tinha partido para a escola naval cujas aulas tinham começado dias antes, tinha-se sentido bastante solitário em casa até à nossa chegada e tentou ocupar-se tratando de alguns ratos que tinha comprado.
Vitória morreu em 1950, aos 87 anos. Assistiu ainda ao nascimento dos seus bisnetos mais velhos, o Príncipe Carlos, estando presente no seu baptizado no dia 15 de Dezembro de 1948, e a Princesa Anne.
Aproveitando mais um 13 de Maio, ainda por cima marcado pela visita de Bento XVI a Portugal, vou citar parte de um artigo já de 2008 sobre o conhecimento de Nicolau II das aparições de Fátima quando se encontrava exilado em Tobolsk:
"O fenómeno das aparições de Fátima na Cova de Iria está estreitamente ligado à Rússia, porque os destinos deste país estiveram no centro de um dos seus “três segredos”. Daí também a atenção dedicada no país aos acontecimentos de 13 de Maio de 1917.
Uma das questões que os estudiosos colocam é se chegaram notícias sobre as aparições na Cova de Iria ao último czar russo, Nicolau II, que, em 1917, se encontrava detido na cidade de Tobolsk e, em finais de 1918, foi fuzilado pelos comunistas com toda a família.
Em 1975, em Nova Iorque foi publicado o livro de memórias “Casa Especial” de Charles Gibbs, perceptor do filho e das quatro filhas de Nicolau II e de Alexandra. Este inglês, que esteve com a família real russa entre Outubro de 1917 e Fevereiro de 1918, conseguiu escapar às mãos dos carrascos comunistas, regressou a Inglaterra, onde se converteu do anglicanismo à ortodoxia e dirigiu a comunidade ortodoxa de Oxford até 1963, ano em que faleceu.
Nessa obra, Charles Gibbs escreveu: “Em meados de Outubro chegaram alguns jornais, publicados nos meses de Junho e Julho. Sua Alteza mostrou-me alguns jornais onde, com títulos diferentes, se fazia a descrição do milagre de Fátima... Todos os jornais descreviam pormenorizadamente as aparições extraordinárias na azinheira na Cova da Iria, assinalando que crianças camponesas analfabetas de uma aldeiazita remota portuguesa tinham alguma noção sobre a Rússia. Isso era simplesmente incrível!”.
“No lugar de Vossa Alteza – assinalei com cuidado -, eu não prestaria especial atenção a essas notícias. Sabe como são os jornalistas e a sua eterna inclinação para os exageros. Nos países católicos, semelhantes casos como o milagre de Fátima não são uma raridade”.
No entanto, segundo escreve Gibbs, Nicolau II não concordou com ele: “Nnenhum jornalista português teria a ideia de pôr nos lábios dessa menina profecias sobre a Rússia... Em Portugal não só essa menina analfabeta, mas a maioria dos proprietários sabe tanto da Rússia como nós deles, talvez menos. Quem podia colocar nos lábios da menina, talvez santa no futuro, palavras precisamente sobre a Rússia?”.
No seu diário, o czar Nicolau II regista a presença de Charles Gibbs em Tobolsk entre Outubro de 1917 e Fevereiro de 1918. “Dia frio, claro. Soubemos ontem que chegou o mr. Gibbs, mas ainda não o vimos, talvez porque as coisas e as cartas que trouxe ainda não foram revistadas!” – escreve Nicolau no dia 06 de Outubro de 1917.Mas o último czar da Rússia nada deixou nos seus escritos sobre a conversa com Charles Gibbs acima citada.
Por José Milhazes autor do blog Da Rússia
Fonte: http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/22777-1
Dois novos álbuns com fotografias nunca vistas pelo público dos Romanov acabam de ser divulgados pelos arquivos da cidade de Pushkin, actual nome da antiga Czarskoe Selo, local da residência oficial da última famíla imperial russa.
Um dos álbuns data dos anos de 1907 e 1908 e pertencia à Grã-duquesa Olga Nikolaevna enquanto que o segundo, pertencente ao seu pai, o Czar Nicolau II, mostra cenas famíliares e visitas de estado oficiais dos anos de 1914 a 1916.
Ambos podem ser consultados na integra aqui.
Nome: Alexandre III da Rússia
Pais: Alexandre II da Rússia e Maria Alexandrovna de Hesse-Darmstadt
Nascimento: 10 de Março de 1845
Reinado: 13 de Março de 1881 - 1 de Novembro de 1894
Principais Reformas:
Família:
Consorte: Maria Feodorovna (nascida Princesa Maria da Dinamarca).
Filhos: Nicolau II da Rússia
Alexandre Alexandrovich Romanov
Curiosidade: Alexandre III formou uma banda musical com alguns dos seus primos mais novos. Mantinham ensaios regulares quando o Czar não estava ocupado com assuntos de estado, mas eles eram constantemente interrompidos pela personalidade autoritária de Alexandre que mudava constantemente as pautas e o instrumentos que cada um deveria tocar. Costumavam actuar nos bailes da esposa do Czar e as constantes mudanças acabavam por resultar numa actuação muito pouco talentosa que enviava todos os convidados embora.
Causa de Morte: Uma infecção grave nos rins.
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