(Já vem um bocadinho tarde, mas só agora é que consegui arranjar um tempinho :-D)
Último czar da Rússia foi fuzilado em Ekaterinburgo, em 1918, com toda a sua família. Os bolcheviques sempre disseram que o monarca cometera crimes
Nicolau II no seu escritório em Livadia
O supremo tribunal da Rússia reabilitou formalmente o último czar, Nicolau II, declarando que o assassinato do monarca e da sua família em Ekaterinburgo, em 1918, representou uma acção ilegal das autoridades soviéticas.
O tribunal decidiu "reabilitar" a memória de Nicolau II e declarou que a família imperial "foi vitima da repressão bolchevique".
Em 2000, a família de Nicolau II foi canonizada pela Igreja Ortodoxa, que considerou mártires (um errozinho, não foram mártires, mas sim Portadores da Paz) os seus membros assassinados.
O regicidio é ainda hoje politicamente sensivel, dada a popularidade do czar na Rússia contemporânea.
Nicolau II com os filhos no iate imperial
Numa decisão anterior, agora anulada, o tribunal decidira que não era possivel reabilitar a família Romanov, pois não havia um veredicto a condená-la.
A decisão de ontem foi bem recebida pelos vários ramos sobreviventes da família imperial russa, nomeadamente pela Grã-Duquesa Maria Vladimirovna, que reivindica a herança do trono. Esta aristocrata reside em Madrid, mas um seu porta-voz comunicou a "satisfação" da grã-duquesa, que afirma "não ter intenção" de pedir a restituição dos bens dos Romanov confiscados pelo Estado.
Outro ramo da família, em conflito com a primeira, salientou por seu turno que a decisão da justiça russa permitirá reabilitar outras vitimas do poder soviético.
Nicolau II com a esposa Alexandra Feodorovna no parque do Palácio de Alexandre em 1909
A decisão foi apenas contestada pelo partido comunista. "Não foram os bolcheviques que mataram o czar e a sua família, mas todo o povo trabalhador russo", disse um dirigente do partido, Ivan Melnikov, citado pela AFP.
O czar Nicolau II, a imperatriza Alexandra e os seus cinco filhos foram assassinados, na companhia de alguns dos seus criados, por um grupo de soldados bolcheviques, durante a guerra civil russa. O fuzilamento ocurreu na cave de uma casa, em Ekaterinburgo, nos Urais, em Julho de 1918, poucos meses depois do início da Revolução Russa.
Os bolcheviques saíram vitoriosos da guerra civil e os corpos dos Romanov só foram encontrados mais tarde, em 1990. (outro errozinho... 1991)
in: Diário de Notícias (2 de Outubro de 2008)
Nicolau II na varanda do Palácio de Alexandre
Video:
http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={4F3F1051-8CED-45EA-9728-41F805E5CA37}
Para saber mais sobre o conflito entre os dois ramos da família Romanov na actualidade clique aqui.
EKATERINBURGO, Rússia – Milhares de crentes da Igreja Ortodoxa Russa estão a preparar-se para se reunir na Quarta-Feira para dar inicio às cerimónias que marcarão os 90 anos sobre a execução do último Czar Nicolau II.
Este evento chega no momento em que testes de ADN confirmaram que os restos mortais encontrados na região Ural no Verão passado pertencem efectivamente aos filhos assassinados do Czar, Alexis e Maria.
“Os resultados finais dos testes de AND confirmaram a hipótese de que a segunda sepultura continha os restos mortais da Grã-Duquesa Maria e do Czarevich Alexis,” disse em declaração o prossecutor.
Estão agendadas várias rezas ao longo do dia em vários locais de Ekaterinburgo nos Montes Urais, onde Nicolau e a sua família passaram os seus últimos meses, disse o Arcebispo Vikenty de Ekaterinburgo.
As cerimónias culminarão com uma vigília que durará toda a noite na Igreja do Sangue Derramado, um templo construído no local onde se encontrava a casa onde a família passou os últimos meses antes de ser assassinada nas primeiras horas de 18 de Julho de 1918 por agentes bolcheviques.
Na Quinta-Feira de madrugada, os fiéis irão caminhar numa procissão solene até à mina destruída a 18 quilómetros de distância onde os corpos de Nicolau, da sua esposa, dos 5 filhos, do médico e de 3 servos foram inicialmente largados.
A atitude russa em relação ao assassinato dos Romanov transformou-se radicalmente desde o colapso da União Soviética em 1991.
A Igreja Ortodoxa é agora apoiada ao mais alto nivel pelo estado e dedicou-se à preservação da memória da família, canonizando-os e erguendo a Igreja do Sangue Derramado em sua honra.
Com peregrinos a chegar de toda a Rússia, uma das presenças mais notadas das cerimónias será a descendente da família Romanov, a Grã-Duquesa Maria Vladimirovna que afirma ser a herdeira legitima de Nicolau. Ela deverá viajar da sua casa em Madrid, Espanha.
Reflectindo desentendimentos internos, outro ramo de descendentes Romanov deverá estar presente em São Petersburgo onde aqueles que se pensam ser os restos da restante família estão enterrados há dez anos.
O Presidente Dimitri Medvedev não é esperado em nenhuma das cerimónias devido a precauções com o passado de Vladimir Putin ligado ao KGB.
Vladimirovna tem lutado sem sucesso uma campanha nos tribunais em favor da restauração de poderes de Nicolau e da sua família sem os quais, diz ela, os seus antecessores continuarão a ser considerados “inimigos do povo”.
Quem seriam os herdeiros legitimos ao trono?
Muitos acreditam que toda a dinastia Romanov desapareceu em 1918, mas a verdade é que, nos dias de hoje, os descendentes das antigas famílias imperais russas ainda vivem e estão espalhados por todo o mundo.
Neste momento existe uma luta ao trono no caso remoto de a Rússia se tornar novamente numa monarquia que se desenrola entre dois membros da família:
Nicolau Romanov, Príncipe da Rússia
Nicolau Romanovich Romanov, Principe da Rússia, nasceu no dia 26 de Setembro de 1922 e é o principal pretendente para a chefia da Família Imperial Romanov. Ele é o líder da Associação da Família Romanov e, apesar de ser um descendente directo do Czar Nicolau I da Rússia, os seus direitos são altamente controversos devido ao facto de o casamento dos seus pais violar as Leis da Rússia Imperial.
Ele foi eleito presidente da Associação da Família Romanov em 1989, a seguir à morte do Príncipe Vasili Alexandrovich que a tinha liderado desde a sua fundação em 1979. A associação tem como membros a maioria dos descendentes masculinos de Nicolau I e o número exacto de membros que participam nas suas actividades é desconhecido. Outros pretendentes à chefia da família como a Grã-Duquesa Maria Vladimirovna ou o seu pai Grão-Duque Vladimir Cyrllovitch nunca foram membros.
A posição oficial da Associação é que os direitos da família ao trono foram extintos quando o Czar Nicolau II abdicou em favor do seu irmão Miguel que deferiu o seu direito ao trono até estes serem reconhecidos por uma Assembleia Constituinte. O Czar Miguel II, como era referido por Nicolau II, não abdicou mas deu poderes ao Governo Provisório. O Príncipe Nicolau considera que, após a morte do Grão-Duque Vladimir em 1992, ele é agora o chefe legítimo da família e sucessor por direito. Ele é reconhecido pelo Almanaque de Gotha, mas continua a lutar pelos direitos com a sua prima Maria Vladimirovna.
Grã-Duquesa Maria Vladimirovna
A Grã-Duquesa Maria Vladimirovna nasceu no dia 23 de Dezembro de 1953 em Madrid e tem dedicado a sua vida à luta pelos seus direitos à chefia da família Romanov, especialmente desde a morte do seu pai em 1992.
O pai de Maria Vladimirovna, Vladimir Cyrillovich, era visto por alguns como o último representante verdadeiro da dinastia Romanov, no entanto o direito de ela se tornar líder da família foi questionado pela Associação da Família Romanov devido às leis de sucessão Paulistas que impedem uma mulher de suceder ao trono. A Associação também salientou o facto de, durante os anos 20, Maria Feodorovna e outros membros da família não terem reconhecido o seu avô Cyril Vlasmirovich como sucessor legitimo por este ter abandonado o Czar para se juntar à Revolução, o que representa traição do mais alto nível.
Quanto a apoiantes, Maria Vladimirovna tem, entre outros, a sua corte, a maior parte da Igreja Ortodoxa Russa e grande parte das sociedades da Nobreza Russa, incluindo a mais influente Associação da Nobreza Russa, alguns membros da Associação da Família Romanov e algumas organizações pro-monarquistas.
Quando foram descobertos os restos mortais do Imperador Nicolau II e da maior parte da família em 1991, Maria Vladimirovna não reconheceu a sua autenticidade e recusou participar na cerimónia de enterro em 1998.
Maria foi declarada herdeira do trono pelo seu pai no dia 23 de Dezembro de 1969, o que causou revolta entre os representantes masculinos. A declaração do seu avô como Czar em exílio foi altamente disputada entre a família onde um membro chegou mesmo a afirmar: “Dizer que a família está dividida é um eufemismo. A família está completamente louca.”
Maria tem esperança na restauração da monarquia um dia e participa em vários grupos pró-monarquistas, mas as estatísticas mostram que esse dia está muito longe.
Alguns dos descendentes da família Romanov no dia do funeral de Nicolau II e da família
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