Maria Nikolaevna Romanova foi a terceira filha de Nicolau II e Alexandra Feodorovna, nascida a 26 de Junho de 1899, no Palácio de Petehof. Desde 1991 que se questionava se ela teria sobrevivido ao massacre que vitimou toda a sua família na noite de 17 de Julho de 1918, uma vez que alguns cientistas russos defenderam que era o seu corpo (e não o de Anastásia ) que faltava quando os corpos dos Romanov foram encontrados.
Maria nos braços da mãe com poucos meses de idade
Quando Maria nasceu, o seu pai, o czar Nicolau II, escreveu no seu diário:
“Um dia feliz: o Senhor enviou-nos uma Terceira filha – Maria, que nasceu em segurança às 12:10! A Alix mal dormiu durante a noite, e de manhã as dores aumentaram. Graças a Deus que tudo acabou depressa! A minha querida sentiu-se bem durante todo o dia e alimentou ela própria a bebé… a tarde foi maravilhosa.”
Embora fosse bem recebida pela sua família, o nascimento de Maria acabou por se tornar também numa desilusão, uma vez que era a terceira rapariga que nascia e não o tão desejado herdeiro, tal como a sua tia Xenia escreveu no seu diário:
“Que alegria que tudo tenha acabado bem, e a anciedade da espera tenha, finalmente, acabado! Mas foi um desapontamento que não seja um filho. Coitada da Alix! Nós, claro, estamos encantados de qualquer maneira – quer seja um filho ou uma filha!”
Maria com as irmãs em 1901
Os seus contemporâneos descreveram Maria como uma bonita e sedutora menina, bem constituída, com cabelo castanho claro e grandes olhos azuis que eram conhecidos na família como "as safiras da Maria". O seu tutor francês, Pierre Gilliard , disse que Maria era alta, bonita , com bochechas rosadas. Tatiana Botkina achava que a expressão dos olhos de Maria era "calma e gentil". Quando era criança era comparada aos anjos de Botticelli. O Grande Duque Vladimir Alexandrovich apelidou-a de "o bebé amável " devido à sua simpatia.
Maria em 1901
Quando aprendeu a andar, a pequena Maria escapou da sua banheira e começou a correr pelo corredor do palácio nua, enquanto a sua ama, Margaretta Eagar , que adorava politica, estava a discutir sobre o caso de Dreyfus com um amigo. "Felizmente eu tinha acabado de chegar, peguei nela e levei-a de volta para a Miss Eagar que ainda estava a falar sobre Dreyfus," recordou a sua tia, a Grande-Duquesa Olga Alexandrovna da Rússia.
As suas irmãs mais velhas não gostavam de a incluir nas suas brincadeiras, chegando mesmo a referir-se a ela como "meia-irmã" por ser tão boa e nunca se meter em confusões, recordou Margaretta Eagar nas suas memórias. Contudo, em certas ocasiões, a menina querida podia tornar-se bastante malévola. Uma vez Maria roubou algumas bolachas da mesa de chá da mãe. Como castigo pelo seu comportamento surpreendente, a ama e Alexandra sugeriram enviá-la para a cama sem comer, contudo Nicolau não concordou. "Sempre tive medo das asas que lhe estavam a crescer. Estou satisfeito por ver que ela é apenas humana." disse ele.
Olga e Tatiana "brincam" com a irmã
Maria tinha uma admiração especial pelo pai e era frequente fugir do quarto de brincar para "ir ter com o papá". Uma das suas aias, Miss Eagar recordou um episódio bem evidente do amor da pequena Maria por Nicolau:
“Quando ele estava doente na Crimeia, o seu desgosto por não o poder ver era excessivo. Eu tinha de manter a porta do quarto de brincar trancada ou então ela teria fugido para o corredor para o incomodar com os seus esforços para chegar até ele. Todas as tardes, depois do chá, ela sentava-se no chão do lado de fora do quarto de brincar a ouvir atentamente todos os sons que saiam do quarto dele. Se ela ouvisse a voz dele, ela esticava os seus braços pequeninos e chamava “Papá! Papá!”, e a alegria quando a deixaram vê-lo foi grande. Quando a Imperatriz veio ver as crianças na primeira noite depois de ter sido dada a notícia de que o Czar tinha febre tifóide, por acaso, ela estava a usar uma miniatura do Imperador ao pescoço. A meio dos seus soluços e lágrimas, a pequena Maria reparou nela e então subiu para o joelho da Imperatriz e cobriu a fotografia de beijos, e, partir daí, não houve nenhuma noite durante a sua doença em que ela fosse para a cama sem beijar a miniatura.” Maria no meio das suas irmãs Olga e Tatiana
Maria e a sua irmã mais nova, Anastasia, eram conhecidas na família pelo "Par Pequeno" por serem as irmãs mais novas. Tal como as irmãs mais velhas, Olga e Tatiana, as duas partilhavam o quarto e passavam grande parte do tempo juntas.
Maria e Anastasia eram vestidas de forma semelhante em ocasiões especiais quando usavam variações do mesmo vestido. Maria tendia a ser dominada pela sua entusiástica e energética irmã mais nova. Quando Anastasia fazia rasteiras a pessoas que passavam por elas, troçava de outros ou tinha um ataque de raiva, Maria tentava sempre pedir desculpa, apesar de nunca ter conseguido parar a irmã mais nova.
Maria e Anastasia
Maria tinha gostos simples e era tão bondosa que, por vezes, as irmãs tiravam vantagem disso e chamavam-na de "fat little bow-wow ". Em 1910, a sua irmã Olga de 14 anos persuadiu Maria de 10 a escrever uma carta à sua mãe onde lhe pedia que desse a Olga o seu próprio quarto e que ela devia ter autorização para usar os seus vestidos. Mais tarde Maria tentou convencer a mãe de que a carta tinha sido ideia sua. A amiga da mãe, Lili Dehn , disse que ela não era tão espevitada como as irmãs, mas que tinha a sua própria opinião.
Maria e Tatiana em 1907
A sua ama relembrou uma história que mostra a bondade quase inocente da pequena Maria:
“Quando regressamos a Czarskoe Selo, a Imperatriz mostrou sintomas de tosse compulsiva. A tosse espalhou-se rapidamente às suas quatro filhas. A ama russa e eu também a apanhamos. Eu tinha dito às crianças para que tivessem muito cuidado para não tossir para ninguém, ou então essa pessoa poderia contrair a doença. Elas foram muito obedientes. Um dia a pequena Grã-Duquesa Anastasia estava a tossir e espirrar muito, quando a Grã-Duquesa Maria foi ter com ela e, pondo a sua cara perto da dela, disse-lhe, “Bebé, querida, tossa para cima de mim.” Espantada com esta atitude, perguntei-lhe o que queria ela dizer e a criança disse, “Tenho tanta pena de ver a minha irmã mais nova tão doente. Pensei que se pudesse ficar com tosse ela pudesse melhorar.”
Maria com o pai em 1910
Quando Maria tinha 8 anos, teve o seu primeiro contacto com a morte após a sua prima Isabel de Hesse não resistir a um ataque de febre tifóide quando se encontrava de férias com os Romanov na Polónia. Maria fez poucas referências a isso, mas, numa ocasião mostrou lidar bem com o assunto:
“Um dia a Maria estava a ver uma imagem de Nydia, a rapariga cega de Pompeia. Ela perguntou-me por que razão era ela cega. Eu respondi que Deus, às vezes, põe as pessoas cegas e ninguém sabe porquê. Então ela disse, “Eu conheço alguém que sabe.” Eu disse, “Não, querida, acho que não. Ninguém sabe. “A prima Ella (Isabel de Hesse) sabe,” respondeu ela, “ela está no céu a falar com Deus e Ele está-lhe a dizer como é que Ele o fez e porquê.”
Maria tinha talento para desenhar e fazer caricaturas e usava sempre a mão esquerda, mas era geralmente desinteressada no seu trabalho escolar. Era surpreendentemente forte e, por vezes, divertia-se ao demonstrar como conseguia levantar os seus tutores do chão. Apesar de ser quase sempre simpática e gentil, havia alturas em que ela se tornava teimosa e, ocasionalmente, preguiçosa. A sua mãe queixou-se numa carta de que Maria estava "de mau humor" e estava "sempre a gritar" com as pessoas que a irritavam. Normalmente este mau humor coincidia com o seu período menstrual que era conhecido pela czarina e pelas filhas como "uma visita da Madame Becker ".
Maria durante u ma aula de pintura
A jovem Maria tinha inúmeras paixonetas por jovens soldados com quem se encontrava no palácio e durante as férias de família. Ela adorava crianças e, se não fosse uma Grã-Duquesa, o seu maior sonho era casar-se com um soldado russo e ter uma grande família. Segundo Margaretta Eagar, a sua paixão por soldados começou desde muito cedo:
"Um dia a pequena Grã-Duquesa Maria estava a olhar pela janela para um regimento de soldados que marchavam por perto e exclamou: "Adoro estes soldados queridos; Quem me dera poder beijá-los a todos!" Eu disse: "Maria, meninas bem comportadas não beijam soldados." Alguns dias mais tarde, houve uma festa para crianças e os filhos do Grão-Duque Constantino estavam entre os convidados. Um deles tinha já 12 anos, tinha entrado para os cadetes e veio envergando o seu uniforme. Ele queria cumprimentar a pequena prima com um beijo, mas ela cobriu a boca com a mãe e afastou-se e disse com grande dignidade: "Vai-te embora soldado! Eu não beijo soldados." O rapaz ficou satisfeito por ser confundido com um soldado de verdade."
As cartas de Alexandra revelavam que a filha do meio da família, sentia-se, por vezes, insegura e excluída pelas suas irmãs mais velhas e temia que não fosse tão amada pelos pais como as outras. Alexandra assegurou-lhe de que todos a adoravam tanto como adoravam as irmãs e o irmão Alexis. Com 11 anos há relatos de que Maria desenvolveu uma dolorosa paixão por um jovem que tinha conhecido.
"Tenta não deixar os teus pensamentos prenderem-se nele, foi isso o que o Nosso Amigo (Rasputin) disse," escreveu-lhe Alexandra no dia 6 de Dezembro de 1910. A sua mãe aconselhou-a a manter os seus sentimentos escondidos porque outras pessoas podiam dizer coisas pouco simpáticas sobre a sua paixoneta. "Não devemos deixar os outros ver o que sentimos por dentro, quando eles sabem que não é considerado próprio. Eu sei que ele gosta de ti como uma irmã e ajudar-te-ia a não te importares demais, porque ele sabe que tu, uma pequena Grã-Duquesa, não lhe deves dar grande importância.”
Maria rodeada da família em
Maria e as suas três irmãs eram, tal como a sua mãe, potenciais portadoras do gene da hemofilia. Um dos irmãos e dois sobrinhos de Alexandra, tal como dos seus tios maternais e muitos outros membros da sua família, eram já hemofílicos antes de a doença ser diagnosticada a Alexis, irmão mais novo de Maria. Ela própria teve uma grave hemorragia em Dezembro de 1914 durante uma operação para remover as amígdalas, de acordo com a sua tia, a Grã-Duquesa Olga Alexandrovna da Rússia, que foi entrevistada mais tarde na sua vida. O médico que fez a cirurgia ficou tão enervado que teve de receber ordens para continuar por parte da mãe de Maria, Alexandra. Olga Alexandrovna acreditava que todas as quatro sobrinhas sangravam mais do que o normal e que eram portadoras do mesmo gene de hemofilia que a mãe.
Maria com o seu irmão Alexis
Por serem demasiado novas para serem enfermeiras quando a I Guerra Mundial rebentou, Maria e Anastasia limitaram-se a visitar soldados feridos no hospital onde trabalhavam as irmãs e a mãe. As duas adolescentes jogavam xadrez e bilhar com os soldados e tentavam animá-los. Um soldado ferido chamado Dimitri assinou o bloco de notas de Maria tratando-a pela sua alcunha.
Maria e Anastasia visitam um hospital durante a I Guerra Mundial
Durante a guerra, Maria e Anastasia também visitavam a escola de enfermagem e ajudavam a cuidar das crianças. Quando queriam fazer uma pausa durante a guerra, Maria, as irmãs e a mãe visitavam às vezes o pai e o irmão Alexis quando eles estavam no quartel general em Mogilev. Durante estas visitas, Maria começou a sentir-se atraída por Nikolai Dmitrievich Demenkov, um oficial do quartel general. Quando voltavam a Tsarskoye Selo era frequente que ela pedisse ao pai para mandar cumprimentos seus a Demenkov e até chegava a assinar as cartas que enviava ao czar como "Senhora Demenkov".
Maria em 1914
A Revolução rebentou em São Petersburgo na Primavera de 1917. No pico do caos, as irmãs de Maria e irmão Alexis adoeceram com sarampo. A czarina manteve-se relutante em enviar os filhos para a sua residência segura em Gatchina, mesmo tendo sido aconselhada para o fazer. Maria foi a última dos cinco irmãos a adoecer e, enquanto esteve saudável, era a maior fonte de apoio da sua mãe. Maria foi rezar com os soldados que ainda se mantinham leais ao czar, com a mãe na noite de 13 de Março de 1917. Pouco depois, a adolescente de 17 anos adoeceu com sarampo ao qual se seguiu uma violenta pneumonia. Ao longo dos dias o seu estado de saúde complicou-se mais do que o esperado e chegou a ser necessário a ajuda artificial para respirar por ter os pulmões bloqueados. Durante a sua doença, Maria costumava ter pesadelos onde soldados desconhecidos matavam a sua mãe. Foi devido ao seu grave estado de saúde que o Governo Provisório não insistiu para que, pelo menos os filhos, abandonassem rapidamente o país.
Maria em 1915
O seu médico chegou mesmo a afirmar que não havia esperança de que a terceira Grã-Duquesa conseguisse sobreviver mais uma noite e pediu à Dama-de-Companhia da Czarina que a preparasse para a morte da filha, mas esta recusou-se afirmando que Alexandra tinha já muito com que se preocupar depois da abdicação do czar e sabia perfeitamente da gravidade do estado de saúde da filha. Eventualmente, contra todas as probabilidades, Maria conseguiu passar a noite e começou a recuperar nos dias que se seguiram. Foi apenas quando estava quase completamente recuperada que recebeu a notícia da abdicação do pai. Nesta altura, o Governo Provisório começava já a perder a sua influência para os bolcheviques e era tarde demais para a família deixar o país.
Anastasia, Maria e os pais num momento de descanço
A família foi capturada e presa, primeiro na sua casa em Czarskoe Selo e mais tarde em residenciais de Tobolsk e Ekaterinburgo, na Sibéria. Maria tentou ser amável com os guardas em ambos os locais e aprendeu depressa os seus nomes e detalhes sobre as suas mulheres e filhos. Inconsciente do perigo a que estava sujeita, comentou em Tobolsk de que seria feliz se vivesse lá para sempre se a deixassem passear pelo jardim sem ser acompanhada pelos guardas continuamente. Maria e a irmã Anastasia queimaram as suas cartas e diários em Abril de 1918 por temerem que as suas coisas fossem revistadas.
Maria com Anastasia e Tatiana em Tobolsk (1917)
A Czarina Alexandra escolheu Maria para a acompanhar a si e a Nicolau II quando receberam ordens para serem transferidos para Ekaterinburgo e a família ficou separada durante um mês em Abril de 1918. De acordo com Sophie Buxhoevden, uma empregada que acompanhou a família, Maria tinha crescido muito durante os meses em que esteve presa com a família e a czarina sentia que podia confiar na sua terceira filha para a ajudar, uma vez que já não podia contar com a deprimida Olga nem com Anastasia que continuava a ser uma criança. Tatiana ficou para tomar conta do irmão Alexis.
Nas cartas que enviou às irmãs nesta nova fase, Maria descreveu a sua preocupação para com as novas restrições a que a família foi sujeita. Ela e os pais foram revistados pelos guardas da Casa Ipatiev e avisados de que novas inspecções iriam surgir enquanto lá estivessem. Foi também construída uma vedação que limitava a vista para a rua. "Que complicado é tudo agora," escreveu ela no dia 2 de Maio de 1918. "Vivemos tão pacificamente durante 8 meses e agora começou tudo de novo."
Maria (2ª da direita) e os irmãos após perderem o cabelo após ganharem sarampo
Maria ocupou o tempo tentando fazer novas amizades com os guardas da "Casa Para Fins Especiais". Mostrou-lhes fotografias do seu álbum e conversou com eles sobre as suas famílias e as suas próprias esperanças para a nova vida em Inglaterra se fosse libertada. Alexander Strkotin, um dos guardas, recordou com apreço a sua beleza vigorosa e disse que ela nunca mostrou nenhum ar de grandeza.
Um antigo sentinela recordou que Maria era frequentemente levada pela sua mãe com "murmúrios severos e zangados", aparentemente por ser demasiado simpática com os guardas. Strekotin escreveu que as suas conversas começavam sempre com uma das raparigas a dizer: "Estamos tão aborrecidas! Em Tobolsk tinhamos sempre alguma coisa para fazer. Já sei! Tentem adivinhar o nome deste cão!" As adolescentes passavam pelos sentinelas a sussurrar e a dar rizadas de uma forma que eles consideravam "sedutora".
Tobolsk, 1917
Quando um dia um dos guardas contou uma anedota obscena às filhas do czar, deixando Tatiana bastante perturbada. Maria olhou-o nos olhos e disse, "Porque não se sentem enojados por vocês mesmos quando usam essas palavras vergonhosas? Não imaginam que podem ofender uma mulher bem nascida com elas e pô-la contra vocês? Tenham mais respeito e então nós podemos dar-nos todos bem." Ivan Kleschev, um guarda de 21 anos, declarou de que tinha intenções de casar com uma das Grã-Duquesas e, se os pais dela recusassem, ele a salvaria da Casa Ipatiev.
Maria em 1915
Ivan Skorokhodov, um outro guarda da casa, conseguiu trazer um bolo de aniversário para comemorar os 19 anos de Maria no dia 26 de Junho de 1918. Maria afastou-se com ele do grupo para um momento privado e foram descobertos por dois dos seus superiores que resolveram fazer uma inspecção surpresa à família. Skorokhodov foi removido da sua posição pouco depois e por manter amizade com uma prisioneira. Nas suas memórias, vários guardas afirmaram que tanto a czarina como a sua irmã Olga pareceram zangadas com Maria nos dias que se seguiram ao incidente e Olga evitava mesmo a sua companhia.
Maria e Olga
Na noite de 17 de Julho de 1918, toda a família foi executada na cave da Casa Ipatiev, no entanto o que verdadeiramente terá acontecido a Maria e à sua irmã Anastasia permaneceu um dos maiores mistérios do século XX que só muito recentemente foi desvendado.
Maria e Anastásia em 1912
De acordo com o relato de um dos assassinos, Maria terá conseguido fugir e chegou até a um armazém onde bateu à porta, desesperada, pedindo ajuda. Mais tarde terá sido atingida por um tiro do Comissário Peter Emakov, que também a terá tentado esfaquear com a baioneta da arma e depois lhe deu um tiro na cabeça, mas pode ter falhado o alvo. Também se diz que ela poderá ter desmaiado e que conseguiu permanecer viva até que os corpos foram inspeccionados para que se tivesse a certeza de que toda a família estava morta. Maria terá gritado, o que fez com que fosse esfaqueada novamente. Quando a nova tentativa também falhou, diz-se que Emakov a terá agredido até ela se calar. Até hoje, mesmo tendo-se encontrado todos os corpos a sua causa de morte continua a ser desconhecida.
Maria no iate da família
A suspeita de que Maria teria sobrevivido ao massacre voltou a ser considerada quando os corpos da família e empregados que os acompanhavam foram descobertos e analisados em 1991. Logo no dia em que se procedeu à abertura da sepultura, se chegou à conclusão de que faltavam dois corpos.
Após a análise dos corpos com a mais alta tecnologia da altura houve um dilema entre a equipa de cientistas americana e a russa, uma vez que os primeiros afirmavam que os corpos que faltavam eram os de Alexis e Anastasia e os outros diziam ter a certeza de que se tratava de Alexis e Maria.
Maria em 1913
O assunto da possível sobrevivência de Maria é mesmo retratado de uma forma fantasiada no livro "The Kitchen Boy - Os últimos dias dos Romanov " de Robert Alexander que conta a história de um suposto ajudante de cozinha que viveu com a família real os dias de exílio na Casa Ipatiev e acaba por salvar a Grã-Duquesa .
Anastasia, Alexis, Alexandra e Maria em 1910
No dia 23 de Agosto de 2007, um arqueólogo russo anunciou que tinha descoberto partes de dois esqueletos queimados perto do local onde foram encontrados os restantes Romanov. Após 8 meses de exames intensivos complicados por diversas vezes devido ao avançado estado de deterioração dos restos mortais, no dia 30 de Abril de 2008, foi anunciado durante uma conferência de imprensa que os corpos pertenciam a Alexis e Maria, terminando assim um dos maiores mistérios do século XX.
Agora preparam-se os últimos pormenores para que os dois membros perdidos dos Romanov se juntem à sua família na Fortaleza de Pedro e Paulo onde se encontram enterrados todos os czares e famílias desde Pedro, o Grande.
Maria foi assasinada na noite de 17 de Julho de 1918, menos de um mês depois de completar 19 anos
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