Terça-feira, 3 de Agosto de 2010

Os Ramos da Família Romanov: Os Nikolaevich

 

Este era o ramo mais pequeno da família Romanov e, consequentemente, mais próximo entre si. Nasceu do casamento entre o terceiro filho do Czar Nicolau I, o Grão-duque Nicolau Nikolaevich, com a Princesa Alexandra de Oldenburgo, mais conhecida pelo seu nome de casada, Grã-duquesa Alexandra Petrovna da Rússia. Desta união nasceram apenas dois filhos: o Grão-duque Nicolau Nikolaevich filho e o Grão-duque Pedro Nikolaevich. Os descendentes do último reclamam actualmente para si direitos sobre o trono russo.

 

O casal

 

Os pais de Alexandra arranjaram-lhe um casamento esplêndido. No dia 25 de Outubro de 1855 ela ficou noiva do Grão-duque Nicolau Nikolaevich, o seu primo em segundo grau. Alexandra, que tinha sido educada como luterana, converteu-se à Igreja Ortodoxa no dia 7 de Janeiro de 1856 e passou a ser chamada de Grã-duquesa Alexandra Petrovna da Rússia. O casamento aconteceu no dia 7 de Janeiro de 1856 em Peterhof. O seu primeiro filho nasceu nove meses depois no Palácio de Inverno. Em Dezembro de 1861 o casal mudou-se para o novo Palácio de Nicolau na Praça da Anunciação onde, em 1864, Alexandra teve o seu segundo e último filho, Pedro. Nesta altura o casamento já se começava a desfazer.


Alexandra não era bonita nem sofisticada. Gostava de simplicidade e preferia vestir-se modestamente, evitando a vida pública. Dedicava o seu tempo à religião e a aprofundar o seu conhecimento em medicina. Era também uma pintora talentosa. Alexandra não era bonita, mas a sua sinceridade e doçura ganharam simpatizantes. As suas cunhadas Maria Alexandrovna e Alexandra Iosifovna gostavam muito dela. No inicio o seu marido gostou das suas ideias e financiou um hospital em São Petersburgo onde as teorias de Alexandra poderiam ser desenvolvidas e postas em prática e onde pacientes pobres eram tratados de graça. Ás vezes era a própria Alexandra que tratava deles. Mais tarde também abriu um instituto para a formação de enfermeiras na cidade.

 

Alexandra com o filho Pedro

 

No final dos anos 1860, o casamento estava em crise. O casal tinha descoberto que tinha muito pouco em comum. Tendo pouca beleza e talento para a vida social, Alexandra preferia afastar-se da vida da Corte, o que desagradava ao marido que também se queixava da sua pouca beleza e simplicidade. Quando se converteu à Igreja Ortodoxa, Alexandra tornou-se bastante beata e era uma mulher séria cujas paixões eram a religião e a medicina.

 

O palácio do casal em São Petersburgo era tão grande que eles podiam passar semanas sem se encontrarem. Só apareciam juntos em cerimónias oficiais. Eventualmente Nicolau começou a ter uma longa relação com Catarina Chislova, uma dançarina do Teatro de Krasnoye Selo e sua amante. O Grão-duque nunca tentou esconder o seu caso e, em 1868 teve o seu primeiro de cinco filhos ilegítimos com ela.

 

Nicolau Nikolaevich

 

Em 1870 já não havia nada no casamento senão ressentimento, o único sentimento que Alexandra podia oferecer ao seu marido pela sua infidelidade. Alexandra passava longos períodos em Kiev enquanto o seu marido dividia o tempo entre os filhos do casal e a sua segunda família. Quando o Grão-duque conseguiu títulos para os seus filhos ilegítimos, Alexandra tentou apelar a Alexandre II que o impedisse, mas ele não estava minimamente interessado. “Sabes, “ disse-lhe ele directamente, “o teu marido está no ponto alto da vida dele e precisa de uma mulher por quem possa estar apaixonada. E olha para ti! Olha como te vestes! Nenhum homem se podia sentir atraído.” Contudo, depois deste encontro, o Czar avisou o irmão para que fosse mais discreto em relação à sua amante e exilou-a para Riga.

 

Algumas fontes dizem que Alexandra se vingou do seu marido arranjando um amante de quem teve um filho ilegítimo em 1868, mas não existem provas e a história parece bastante improvável.

 

 

Filhos

Nicolau Nikolaevich filho

 

Nicolau era uma figura altamente respeitada tanto dentro da família Romanov como no exercito russo do qual era Comandante-em-chefe durante os dois primeiros anos da Primeira Guerra Mundial. Ao contrário do pai era altamente religioso e moralista, o que o colocou numa posição favorável junto do Czar Nicolau II, sendo um dos principais frequentadores da sua casa. Embora tenha passado grande parte da sua vida solteiro, Nicolau casou-se, em 1907 com a Princesa Anastásia de Montenegro, ex-mulher do seu primo em segundo grau. Mais tarde ela seria a responsável por apresentar Rasputine à Imperatriz Alexandra Feodorovna. O casal conseguiu fugir da Rússia depois da Revolução e morreu, no exílio em França. Não tiveram filhos.

 

Princesa Anastásia de Montenegro, esposa de Nicolau

 

Pedro Nikolaevich

 

Pedro sempre se interessou pelo misticismo e fazia parte de um grupo de nobres que consultava místicos e tinha sessões espirituais dentro das paredes dos palácios Romanov. Encontrou uma parceira ideal na sua paixão na Princesa Militzia de Montenegro, irmã mais nova de Anastásia, que trouxe os seus conhecimentos de Montenegro para a Rússia. Juntos tiveram três filhos:

 

Militzia, esposa de Pedro

 


Marina Petrovna, filha mais velha do casal

 

Romano Petrovich, único filho do casal. O seu filho é um dos actuais pretendentes ao trono russo

 

Nádia Petrovna, filha mais nova do casal



publicado por tuga9890 às 12:55
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Sábado, 18 de Abril de 2009

Czares da Rússia - Nicolau I e família

 

Nome: Nicolau Pavlovich Romanov (Nicolau I da Rússia)

Pais: Paulo I da Rússia e Maria Feodorovna (Sofia Doroteia de Württemberg).

Nascimento: 6 de Junho de 1796

Reinado: 1 de Dezembro de 1825 - 2 de Março de 1855

 

 

Principais Reformas:

 

  • Iniciando o seu reinado em plena Revolta Decembrista, Nicolau desde cedo assumiu o seu papel de autocrata, reprimindo todos os movimentos revolucionários e sociedades secretas que conseguiu.
  • Considerou a ideia de abolir a escravatura, mas temia a revolta dos senhorios, por isso limitou-se a melhorar as condições dos servos.
  • Apostou na cultura do país, iniciando a internacionalização dos artistas russos. Investiu também em melhorias tecnicas, sendo o primeiro czar a usar o telégrafo.
  • Ofereceu-se para ajudar a travar os movimentos revolucionários pela Europa, contribuindo com tropas russas. Mais tarde tentou reduzir as liberdades constitucionais e parlamentares na Polónia, o que lhe valeu o rebendar da Revolta de Novembro em 1831.
  • No final do seu reinado envolveu-se na Guerra da Crimeia que terminaria já depois da sua morte.

 

Família:

 

Consorte: Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia)

 

 

 

 

Ao contrário da maioria dos casais reais da época, Nicolau e Carlota partilhavam uma boa relação e eram realmente devotos um ao outro. Nicolau conheceu-a quando ele e o seu irmão mais novo, Miguel, fizeram uma visita oficial a Berlim em 1814. O casamento começou a ser imediatamente planeado entre as duas famílias embora os dois apenas se tivessem apaixonado no ano seguinte.

 

De acordo com relatos da época, Nicolau foi sempre fiel à sua esposa até os últimos anos de casamento quando arranjou uma amante devido aos conselhos do médico de Carlota para que ela não volasse a ter relações sexuais. Carlota mantinha uma boa relação com a amante do marido.

 

Juntos tiveram 10 filhos dos quais 7 sobreviveram até à idade adulta.

 

Nicolau I da Rússia com a sua esposa e filhos imitando uma gravura da idade média

 

Filhos:

 

Alexandre II da Rússia

 

 

Maria Nikolaevna Romanova

 

Nascida em 1819, Maria foi a primeira filha do casal. Foi desde sempre uma defensora das artes, chegando mesmo a presidir a Academia das Artes de São Petersburgo. Em 1839 casou-se com o Príncipe Maximiliano de Leuchtenberg, um neto da Imperatriz Josefina da França, de quem teve 7 filhos. Como ele era o filho mais novo numa casa real mínima europeia, o casal pôde ficar a viver em São Petersburgo, junto dos pais de Maria.

 

Olga Nikolaevna Romanova

 

Nascida em 1822 depois da sua mãe ter perdido um bebé dois anos antes. Tornou-se Rainha de Wütenburg através do seu casamento com o futuro rei Carlos I de Wüttenburg. Talvez devido à discutida homossexualidade do seu marido, Olga nunca teve filhos, dedicando a vida a obras de caridade no seu país adoptivo. Mais tarde receberia e cuidaria da sua sobrinha, a Grã-duquesa Vera Constantinovna da Rússia.

 

Alexandra Nikolaevna Romanova

 

Nascida em 1825, Alexandra era a filha preferida do pai que dizia ser ela a única a ter herdado o aspecto prussiano da mãe. Tinha uma personalidade amigável e uma relação próxima da sua irmã Olga. Em 1844, Alexandra casou-se com o Príncipe Frederico Guilherme de Hesse. Acabaria por morrer ao dar à luz o único filho do casal que morreu ainda antes da mãe. Tinha 21 anos.

 

Constantino Nikolaevich Romanov

 

Nascido em 1827, foi a mente por detrás de todas as reformas do seu irmão Alexandre II da Rússia. Casou-se com a Princesa Alexandra de Saxe-Altenburgo de quem teve seis filhos, iniciando o ramo "Constantinovich" da família Romanov. A sua filha, Olga Constantinovna tornar-se-ia rainha da Grécia.

 

Nicolau Nikolaevich Romanov

 

Nascido em 1833, era um apaixonado pela vida militar, ingressando no exercito através da sua posição como Grão-duque. As suas intervenções militares foram desastrosas, particularmente durante a Guerra Russo-Turca, o que levou ao seu afastamento das forças militares. Casou-se com a Princesa Alexandra de Oldenburgo de quem teria 2 filhos, o Grão-duque Pedro Nikolaevich e o Grão-duque Nicolau Nikolaevich (que seria mais tarde um importante general no reinado no Czar Nicolau II). Actualmente o seu bisneto, Príncipe Nicolau Romanovich, compete pela titularidade da Casa Real dos Romanov.

 

Miguel Nikolaevich Romanov

 

O filho mais novo do Czar nasceu em 1832. Extremamente devoto religiosamente e conservador, ao contrário dos seus irmãos. Casou-se com a Princesa Cecília de Baden de quem teve 7 filhos, formando o ramo "Mikhailovich" da família Romanov. Três dos seus filhos foram assassinados durante a Revolução Russa enquanto um deles, Alexandre, se casaria mais tarde com a Grã-duquesa Xenia Alexandrovna.

 

***

 

Causa de morte: Pensasse que se terá envenenado a si próprio após a derrota russa na batalha de Eupatoria durante a Guerra da Criméia.

 

 

 


publicado por tuga9890 às 09:47
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