Quarta-feira, 1 de Setembro de 2010

Os Ramos da Família Romanov: Os Mikhailovich

Mikhailovich

Miguel Nikolaevich com a sua esposa Olga Feodorovna e cinco dos seus sete filhos

 

Os Mikhailovich surgiram através do casamento do filho mais novo do czar Nicolau I, o Grão-duque Miguel Nikolaevich com a Princesa Cecília de Baden, uma neta do rei Gustavo IV Adolfo da Suécia. Após o seu casamento e conversão à Igreja Ortodoxa, Cecília mudou o nome para Olga Feodorovna.

 

Ao contrário dos restantes irmãos, Miguel conseguiu fazer com que o seu casamento resultasse. Ele tinha uma personalidade branda para com a sua esposa e ambos partilhavam vários interesses, principalmente a religião que os unia profundamente. Este entendimento fez com que os Mikhailovich se tornassem no maior ramo da família imperial com o nascimento de sete filhos: seis rapazes e uma rapariga.

 

Miguel foi nomeado Governador do Cáucaso em 1862 e ficaria neste posto por vinte anos, tendo educado os seus filhos desde muito novos em Tiblisi, na Geórgia. No entanto, o afecto que Miguel demonstrava para com a sua esposa não se transmitia aos seus filhos. Todos, com excepção da sua única filha, Anastásia, foram criados com pulso de ferro, o que os tornou a quase todos extremamente conservadores e pouco preparados para a vida pecaminosa das grandes cidades.

 

Miguel e Olga

 

Filhos

Nicolau Mikhailovich

Nicolau era uma figura extremamente respeitada dentro da família imperial russa, apesar dos excessos da sua juventude. Era um historiador consagrado, tendo-se especializado no estudo da vida do seu tio-avô, o czar Alexandre I da Rússia e das pessoas que o rodeavam. Já nos seus 50 anos Nicolau começou a viver uma vida mais pecaminosa, perdendo fortunas no casino de Monte Carlo e arranjando várias amantes por entre as suas numerosas viagens à volta do mundo. Era também durante estas viagens que revelava informações importantes e secretas sobre o governo russo a alguns dos seus amigos. Acabou por não escapar à Revolução Russa. Exilado primeiro para uma pequena cidade na Sibéria de onde seria mais tarde transferido para a Fortaleza de Pedro e Paulo. Foi assassinado, juntamente com o seu irmão Jorge e os seus primos Paulo Alexandrovich e Dmitri Constantinovich no dia 29 de Janeiro de 1919. Nunca se casou nem deixou descendentes conhecidos.

 

Anastásia Mikhailovna

 

A única rapariga da família não conseguiu escapar ao escândalo que afectou alguns dos seus irmãos. Os seus irmãos viam-na como a figura maternal que nunca conseguiram encontrar na sua mãe Cecília e ficaram destroçados quando ela, em conjunto com a Grã-duquesa Maria Pavlovna, organizou o casamento da filha com o Grão-duque Frederico Francisco III de Mecklenburg-Schwerin. Embora o casamento tenha corrido bem nos primeiros tempos, a população do Grão-ducado começou a ficar ressentida com Anastásia por passar mais tempo no estrangeiro do que no local governado pelo seu marido. Frederico morreu novo, provavelmente de suícidio. Depois da sua morte, Anastásia deixou o governo nas mãos do seu filho e começou a passar ainda mais tempo afastada. A sua filha Alexandrina tornar-se-ia Rainha da Dinamarca, através do seu casamento com o Rei Cristiano X, e a sua filha Cecília casou-se com o filho mais velho do Kaiser Guilherme II.

 

Miguel Mikhailovich

 

Miguel chocou os pais e a família imperial quando se casou com uma mulher com um título muito inferior ao seu, a Condessa Sofia de Merenberg.  Na altura correu o rumor de que a sua mãe, Olga Feodorovna, morreu de ataque cardíaco quando soube da notícia, mas estes foram, mais tarde, desmentidos. Os dois tiveram uma vida calma e agradável em Londres, à semelhança de outros Grão-duques exilados por efectuarem casamentos ilegais e Miguel chegou mesmo a escrever um romance chamado “Never Say Die” sobre o seu casamento proíbido. Teve apenas autorização para regressar à Rússia em 1909 para assistir ao funeral do pai. Ao contrário de outros Grão-duques, Miguel escolheu não regressar à Rússia durante a Primeira Guerra Mundial, oferecendo a sua ajuda a partir de Londres, o que, eventualmente, lhe salvaria a vida durante a Revolução. Uma das suas filhas, Nádia, casou-se com Jorge Mountbatten, Segundo Marquês da Bruma, um sobrinho da Imperatriz Alexandra Feodorovna, de quem teve duas filhas.

 

Miguel com a sua esposa e três filhos: Anastásia, Nádia e Miguel

 

Jorge Mikhailovich

 

Jorge era o mais calmo dos seus irmãos. Prestou serviço militar como era tradição, mas devido a uma lesão na perna teve de se reformar muito novo, o que levou a que o seu primo Nicolau II o nomeasse director do recém-criado Museu Alexandre III. Na sua juventude apaixonou-se por uma Princesa, descendente da antiga família real da Geórgia, mas as regras da família Romanov impediam-no de se casar com alguém pertencente a uma família real já extinta. Foi então que conheceu a Princesa Maria da Grécia e Dinamarca, uma prima distante. Ela nunca esteve interessada no primo, mas também ela tinha sido impedida de se casar com um plebeu na sua juventude, por isso acabou por aceitar o pedido de casamento do primo. Jorge tinha já 37 anos. O casamento foi tolerável nos primeiros tempos e gerou duas filhas, Nina e Xenia. No entanto Maria usava todas as desculpas para passar longas temporadas em Londres, longe do marido e sempre acompanhada das filhas. Era lá que ela estava quando rebentou a Primeira Guerra Mundial, por isso Jorge não teve oportunidade de se despedir das filhas antes do seu assassinato em Janeiro de 1919 às mãos dos bolcheviques.

 

Jorge com a esposa Maria e a filha Nina

 

Alexandre Mikhailovich

 

Conhecido por Sandro dentro da família, Sandro era talvez o Mikhailovich mais conhecido devido ao seu casamento com a prima em segundo grau, a Grã-duquesa Xenia Alexandrovna, filha do Czar Alexandre III e, até vários anos depois do seu casamento, a irmã preferida de Nicolau II. Juntos tiveram sete filhos, mas o casamento começou a desfazer-se depois do nascimento do último. Alexandre dispensou ter qualquer influência política durante o reinado do seu cunhado por discordar das visões dele. Passou grande parte da sua vida entre o Sul de França e a Crimeia, tendo conseguido escapar à Revolução Russa por se encontrar refugiado aí. A sua filha, Irina Alexandrovna, casou-se com o Príncipe Félix Youssupov, um dos assassinos de Rasputine. Era extremamente chegado ao seu primo, o Grão-duque Paulo Alexandrovich, e o seu terceiro filho, Feodor, acabou por se casar com a filha dele, Irina Pavlovna Paley.

 

Alexandre com a esposa e cinco dos seus filhos

 

Sérgio Mikhailovich

 

Sérgio protagonizou o seu próprio escândalo quando chegou a São Petersburgo, vindo da sua educação rigorosa no Cáucaso. Desde sempre um companheiro do seu primo Nicolau II, Sérgio tinha conhecido a amante dele, Mathilde Kschenssinka. Quando Nicolau se decidiu casar com a Princesa Alice de Hesse-Darmstadt, pediu a Sérgio que tomasse conta dela, o que ele fez imediatamente. Entretanto os dois ficaram cada vez mais próximos e começaram o seu próprio caso. Mais tarde um outro primo de Sérgio, O Grão-duque André Vladimirovich, também a conheceu e também ele se apaixonou com ela, o que causou uma rivalidade entre os dois primos. Eventualmente Mathilde ficou grávida, mas não sabia qual dos dois poderia ser o pai. No fim escolheu André e os dois casaram-se em Paris. Desfeito, Sérgio nunca se casou. Foi também assassinado por bolcheviques, no dia 18 de Julho de 1918.

 

Aleksei Mikhailovich

 

Aleksei era o mais novo dos irmãos e, segundo Alexandre Mikhailovich, o mais adorado. Tinha uma mentalidade e coração liberais e sofria mais do que os seus irmãos com a indiferença que recebia dos pais. Em 1894 começou a dar os primeiros sintomas do que mais tarde se descobriu ser Tuberculose. Na altura estava quase a acabar o seu treino naval e o seu pai impediu-o de regressar a casa para se recuperar. Em 1895 a sua condição já tinha piorado drasticamente. Acabou por morrer em Março desse ano, aos 19 anos de idade. A primeira vez que vestiu o seu uniforme da marinha foi no caixão.


publicado por tuga9890 às 10:13
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Sábado, 18 de Abril de 2009

Czares da Rússia - Nicolau I e família

 

Nome: Nicolau Pavlovich Romanov (Nicolau I da Rússia)

Pais: Paulo I da Rússia e Maria Feodorovna (Sofia Doroteia de Württemberg).

Nascimento: 6 de Junho de 1796

Reinado: 1 de Dezembro de 1825 - 2 de Março de 1855

 

 

Principais Reformas:

 

  • Iniciando o seu reinado em plena Revolta Decembrista, Nicolau desde cedo assumiu o seu papel de autocrata, reprimindo todos os movimentos revolucionários e sociedades secretas que conseguiu.
  • Considerou a ideia de abolir a escravatura, mas temia a revolta dos senhorios, por isso limitou-se a melhorar as condições dos servos.
  • Apostou na cultura do país, iniciando a internacionalização dos artistas russos. Investiu também em melhorias tecnicas, sendo o primeiro czar a usar o telégrafo.
  • Ofereceu-se para ajudar a travar os movimentos revolucionários pela Europa, contribuindo com tropas russas. Mais tarde tentou reduzir as liberdades constitucionais e parlamentares na Polónia, o que lhe valeu o rebendar da Revolta de Novembro em 1831.
  • No final do seu reinado envolveu-se na Guerra da Crimeia que terminaria já depois da sua morte.

 

Família:

 

Consorte: Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia)

 

 

 

 

Ao contrário da maioria dos casais reais da época, Nicolau e Carlota partilhavam uma boa relação e eram realmente devotos um ao outro. Nicolau conheceu-a quando ele e o seu irmão mais novo, Miguel, fizeram uma visita oficial a Berlim em 1814. O casamento começou a ser imediatamente planeado entre as duas famílias embora os dois apenas se tivessem apaixonado no ano seguinte.

 

De acordo com relatos da época, Nicolau foi sempre fiel à sua esposa até os últimos anos de casamento quando arranjou uma amante devido aos conselhos do médico de Carlota para que ela não volasse a ter relações sexuais. Carlota mantinha uma boa relação com a amante do marido.

 

Juntos tiveram 10 filhos dos quais 7 sobreviveram até à idade adulta.

 

Nicolau I da Rússia com a sua esposa e filhos imitando uma gravura da idade média

 

Filhos:

 

Alexandre II da Rússia

 

 

Maria Nikolaevna Romanova

 

Nascida em 1819, Maria foi a primeira filha do casal. Foi desde sempre uma defensora das artes, chegando mesmo a presidir a Academia das Artes de São Petersburgo. Em 1839 casou-se com o Príncipe Maximiliano de Leuchtenberg, um neto da Imperatriz Josefina da França, de quem teve 7 filhos. Como ele era o filho mais novo numa casa real mínima europeia, o casal pôde ficar a viver em São Petersburgo, junto dos pais de Maria.

 

Olga Nikolaevna Romanova

 

Nascida em 1822 depois da sua mãe ter perdido um bebé dois anos antes. Tornou-se Rainha de Wütenburg através do seu casamento com o futuro rei Carlos I de Wüttenburg. Talvez devido à discutida homossexualidade do seu marido, Olga nunca teve filhos, dedicando a vida a obras de caridade no seu país adoptivo. Mais tarde receberia e cuidaria da sua sobrinha, a Grã-duquesa Vera Constantinovna da Rússia.

 

Alexandra Nikolaevna Romanova

 

Nascida em 1825, Alexandra era a filha preferida do pai que dizia ser ela a única a ter herdado o aspecto prussiano da mãe. Tinha uma personalidade amigável e uma relação próxima da sua irmã Olga. Em 1844, Alexandra casou-se com o Príncipe Frederico Guilherme de Hesse. Acabaria por morrer ao dar à luz o único filho do casal que morreu ainda antes da mãe. Tinha 21 anos.

 

Constantino Nikolaevich Romanov

 

Nascido em 1827, foi a mente por detrás de todas as reformas do seu irmão Alexandre II da Rússia. Casou-se com a Princesa Alexandra de Saxe-Altenburgo de quem teve seis filhos, iniciando o ramo "Constantinovich" da família Romanov. A sua filha, Olga Constantinovna tornar-se-ia rainha da Grécia.

 

Nicolau Nikolaevich Romanov

 

Nascido em 1833, era um apaixonado pela vida militar, ingressando no exercito através da sua posição como Grão-duque. As suas intervenções militares foram desastrosas, particularmente durante a Guerra Russo-Turca, o que levou ao seu afastamento das forças militares. Casou-se com a Princesa Alexandra de Oldenburgo de quem teria 2 filhos, o Grão-duque Pedro Nikolaevich e o Grão-duque Nicolau Nikolaevich (que seria mais tarde um importante general no reinado no Czar Nicolau II). Actualmente o seu bisneto, Príncipe Nicolau Romanovich, compete pela titularidade da Casa Real dos Romanov.

 

Miguel Nikolaevich Romanov

 

O filho mais novo do Czar nasceu em 1832. Extremamente devoto religiosamente e conservador, ao contrário dos seus irmãos. Casou-se com a Princesa Cecília de Baden de quem teve 7 filhos, formando o ramo "Mikhailovich" da família Romanov. Três dos seus filhos foram assassinados durante a Revolução Russa enquanto um deles, Alexandre, se casaria mais tarde com a Grã-duquesa Xenia Alexandrovna.

 

***

 

Causa de morte: Pensasse que se terá envenenado a si próprio após a derrota russa na batalha de Eupatoria durante a Guerra da Criméia.

 

 

 


publicado por tuga9890 às 09:47
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